A Mata Atlântica perdeu 311,95 quilômetros quadrados de sua cobertura entre 2008 e 2010, o que corresponde a 31.195 hectares. Isso significa que o bioma perdeu o equivalente a quase meia Serra da Cantareira ou 196 Parques do Ibirapuera ou quase o tamanho de Belo Horizonte (330 quilômetros quadrados). Segundo o levantamento, esse resultado apresenta uma diminuição de 55% na taxa média anual de desmatamento, comparado com o período anterior analisado, o triênio 2005 a 2008. O dado consta no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, estudo conduzido pela organização não governamental (ONG) Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgado nesta quinta-feira, 26. De acordo com o estudo, o estado que mais desmatou o bioma foi Minas Gerais, fato já constatado na prévia desta pesquisa divulgada no ano passado. O Estado perdeu 12,4 mil ha de Mata Atlântica no biênio avaliado neste estudo, que considerou 98% da área total do bioma, que é de 1.315.460 quilômetros quadrados. Na época, a pesquisa não tinha dados do desmatamento do Nordeste em razão da grande cobertura de nuvens que atrapalhou a visualização das imagens pelo satélite Landsat 5, que leva o sensor Thematic Mapper. Agora, o estudo mostra dados do desmate em 16 dos 17 Estados com cobertura da Mata Atlântica. Não foram apresentados os dados de Piauí por conta da indefinição das formações florestais naturais no Estado.Depois de Minas, os Estados que mais perderam área do bioma foram Bahia (7,7 mil ha), Santa Catarina (3,7 mil ha) e Paraná (3,2 mil ha). Entre os municípios, três cidades mineiras lideram o ranking do desmatamento, são eles: Ponto dos Volantes, Jequitinhonha e Pedra Azul, que perderam 3.244 mil ha, 2.786 mil ha e 676 ha, respectivamente, da cobertura do bioma. A cidade paulista com maior incidência de desmatamento foi Bertioga, na Baixada Santista, por conta da expansão imobiliária da Riviera de São Lourenço, segundo explicou Mário Mantovani, diretor de políticas públicas da SOS Mata Atlântica. Ele destacou a perda de 800 hectares de mangue no município de Ipojuca, em Pernambuco, em razão das obras do Porto de Suape, que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O levantamento sobre a Mata Atlântica foi feito a partir da comparação de imagens de satélites do Inpe e pelo trabalho de campo dos pesquisadores, que avaliam as causas do desmatamento no local. A pesquisa não detecta o chamado "desmatamento formiga" (áreas menores que três hectares). "Isso nos leva a crer que a pesquisa subestima o desmatamento", disse Márcia Hirota, diretora de gestão do conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica e coordenadora do levantamento.
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