quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Tufão nas Filipinas

Clipping - O Globo on line

MANILA - A passagem do tufão Bopha pelas Filipinas já deixou ao menos 475 pessoas mortas, um inúmero impreciso de desaparecidos e cerca de 200 mil pessoas desabrigadas, informaram as autoridades nesta quinta-feira. O número de vítimas deve ser ainda maior, à medida que escombros de casas são revirados.
- Acreditamos que esse número irá aumentar porque há muitos desaparecidos - informou o diretor-executivo do Conselho Nacional de Desastres, Benito Ramos.
As mortes foram registradas em oito províncias do país, mas Mindanao (no sul) e Visayas (no centro) foram as mais atingidas. Somente em Compostela Valley, em Mindanao, 184 pessoas morreram quando as enchentes atingiram os abrigos de emergência. Foi decretado estado de calamidade em Surigao do Sur, Davao Oriental e no Valle de Compostela.
- As comunicações caíram, não há energia elétrica, ruas e estradas estão destruídas. Ainda estamos trabalhando nos resgates - disse Ramos.
Das centenas de mortos, apenas 29 foram identificados até o momento. Outras 400 pessoas ficaram feridas com as enchentes e os deslizamentos de terra provocados pelo tufão. Acredita-se que muitas pessoas estejam soterradas.
O tufão Bopha, cujos ventos chegaram a atingir 195km/h, perdeu força e já se converteu em uma tempestade tropical. Ele se dirige agora ao Mar da China Meridional, mas ainda provoca fortes chuvas no lado ocidental das Filipinas.
Acredita-se que Bopha seja o último - e o pior - tufão a atingir o país este ano. No ano passado, o Washi deixou mais de 1.200 mortos.

A imagem de satélite mostra que a maioria das áreas das Filipinas estavam com poucas nuvens às 13h30 UTC deste domingo, 10 de novembro de 2013, dois dias após a passagem dos super tufão Haiyan, que está sendo considerado o mais violento do planeta em 2013.

Clipping - Médico sem fronteiras

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) advertiu, esta noite, que muitas vítimas do tufão que devastou as Filipinas ainda não receberam qualquer tipo de ajuda devido a problemas logísticos, seis dias depois da catástrofe. "Há um grande número de pessoas que ainda não recebeu assistência, especialmente nas ilhas periféricas, onde nem o governo filipino nem as agências internacionais têm conseguido chegar", assinalou a organização não-governamental. A MSF afirmou estar a utilizar todos os meios possíveis para chegar às zonas afetadas na região central das Filipinas, incluindo ao norte da ilha de Cebu, ao leste da ilha de Samar, à ilha de Panai, e ao oeste da província da Leyte. "O acesso é muito difícil e [a situação] tem impedido as pessoas de receber ajuda. A nossa prioridade é chegar àqueles que se encontram em áreas mais isoladas; são as mais difíceis de alcançar e, portanto, as últimas a recebê-la", explicou Natasha Reyes, coordenadora de emergências da MSF nas Filipinas, citada pela agência Efe. Uma equipa da MSF viajou para Guiuan, cidade com 45 mil habitantes no leste de Samar, uma das primeiras a ser afetada pelo tufão, onde constatou que os danos são extensos e as necessidades imensas.
"O panorama é desolador. A cidade foi arrasada: casas, estruturas médicas, arrozais, barcos de pesca, foi tudo destruído. (...) Não há um teto de pé em toda a Guiuan", relatou Alexis Moens, chefe da equipa de avaliação da MSF, também citado pela agência noticiosa espanhola. "As necessidades são imensas e há uma grande quantidade de povoações dos arredores que ainda não estão cobertos por qualquer organização de ajuda", aditou, descrevendo um cenário de desespero. Segundo o portal noticioso "Rappler", sobreviventes em Guiuan atacaram guardas que vigiavam estabelecimentos para roubar alimentos, após vários dias sem comer, carecendo de água e de medicamentos. O Governo e as agências internacionais reconhecem que têm estado a braços com os enormes problemas logísticos causados pelo tufão e pela precária situação da zona, afetada, no mês passado, por um forte sismo. Além da carência de alimentos e água, outros problemas prementes passam pelo risco de epidemias ou de propagação de doenças, bem como pela falta de segurança em muitas áreas, onde o Haiyan destruiu os secasses bens de uma grande parte da população que já sofria de pobreza. A MSF disse que 50% da cidade de Roxas, na ilha de Panay, foi destruída, enquanto, em Cebu, "a maior parte da população deslocada parece ter sido acolhida por familiares ou pelos seus familiares". A ONG disse estar a aumentar a sua resposta, de forma rápida, indicando que nos próximos dias contará com mais de uma centena de pessoas na zona.
Além disso, pretende enviar nove aviões com material de ajuda a partir dos armazéns internacionais da MSF em todo o mundo, dos quais três já estão em Cebu. Pelo menos 2.357 pessoas morreram e outras 3.853 ficaram feridas nas Filipinas, sobretudo nas ilhas de Leyte e Samar, de acordo com o mais recente balanço oficial de vítimas do tufão Haiyan, o terceiro desastre natural mais mortífero da história recente do país.




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