Ao longo da última Era do Gelo, uma multidão de versões felpudas dos grandes mamíferos que conhecemos --rinocerontes, cavalos, cabras e bovinos cobertos com uma grossa camada de pelo-- tomaram conta do planeta. Um novo estudo indica que a revolução peluda começou no remoto Tibete. O caso mais claro é o dos rinocerontes-lanosos, bichos que, até pouco mais de 10 mil anos atrás, viviam da China à Itália e garantiam o churrasco de boa parte dos caçadores humanos da Eurásia, além de fornecer (involuntariamente) seus chifres como matéria-prima para lanças. Acontece que o mais antigo membro do gênero dos rinocerontes-lanosos acaba de ser desenterrado no Tibete pela equipe de Xiaoming Wang, da Academia Chinesa de Ciências e do Museu Municipal de História Natural de Los Angeles. Batizado de Coelodonta thibetana, o bicho de 3,7 milhões de anos possui todas as características anatômicas de seus parentes mais recentes, a começar pelo focinho aparentemente adaptado para remover neve do solo, facilitando a busca de comida. Wang e companhia apostam que os rinocerontes-lanosos desenvolveram as adaptações cruciais para o frio nas neves eternas do Tibete e, conforme a Era do Gelo avançava, conseguiram se espalhar pela Eurásia. Outros peludões, como os bisões e os carneiros-monteses, podem ter seguido o mesmo caminho ao longo do período glacial, atingindo até a América do Norte. A pesquisa está na edição desta sexta-feira da "Science".
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Megamamíferos peludos surgiram no Tibete, sugerem fósseis
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