sábado, 13 de abril de 2013

Gerenciamento de Desastres Naturais


Além de desmentir a lenda de que o Brasil é um país livre de tragédias naturais, estudos do Banco Mundial lançados na última semana, durante o evento Entendendo o Risco Brasil, mostram quão devastadores foram os últimos desastres no País para as economias locais. De acordo com uma recente avaliação, a primeira do tipo feita depois dessas catástrofes, as perdas foram de aproximadamente 15 bilhões de reais.

Os estudos se referem às enchentes em Santa Catarina em 2008, às chuvas em Alagoas e Pernambuco em 2010 e às inundações e deslizamentos de terra na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011. Elaborados pelo Banco Mundial em parceria com governos estaduais e a Secretaria Nacional de Defesa Civil mostram que o setor de habitação foi o mais afetado, com perdas de pelo menos 7 bilhões de reais. O impacto mais forte foi sentido pela população de baixa renda, que vivia em encostas, margens de rios e outras áreas vulneráveis. Quando os desastres ocorreram, os governos locais liberaram verbas para ajudar as vítimas e financiaram a reconstrução de casas, o que pesa nos cofres públicos.


“Em Santa Catarina, por exemplo, perdas e danos públicos devido às enchentes foram equivalentes a quase metade das despesas de pessoal no estado em 2008″, comenta a economista Fernanda Senra de Moura, uma das autoras. Os trabalhos também avaliaram as consequências para a infraestrutura, a educação, a saúde, a agricultura e o comércio. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a reconstrução de estradas consumiu 620 milhões de reais. Tais danos à infraestrutura de transportes interromperam uma série de atividades econômicas, causando prejuízos difíceis de medir. “O gerenciamento do risco de desastres é um tema que só recentemente ganhou visibilidade no Brasil. Criar medidas preventivas exige planejamento urbano e financeiro, além de um compromisso de longo prazo”, avalia Frederico Pedroso, consultor do Banco Mundial para esse tema.

O primeiro passo rumo à implementação de políticas sólidas nesse setor foi tomado em agosto, quando o Governo brasileiro lançou o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais (2012-2014). Dos 18,8 bilhões de reais a serem investidos, 83% vão financiar obras capazes de prevenir e/ou diminuir os efeitos das catástrofes.

Em Santa Catarina, 2008: enchentes matam 110 pessoas e causam danos ao gasoduto Brasil-Bolívia. Alagoas e Pernambuco, 2010: a pior estação chuvosa em 20 anos afeta cerca de 1 milhão de pessoas em dois dos estados mais pobres do Brasil. Rio de Janeiro, 2011: aproximadamente mil pessoas morrem devido a inundações e deslizamentos de terra em sete cidades da Região Serrana.

Além de desmentir a lenda de que o Brasil é um país livre de tragédias naturais, os quatro acontecimentos mostram quão devastadores esses desastres podem ser para as economias locais. De acordo com uma recente avaliação, a primeira do tipo feita depois dessas catástrofes, as perdas foram de aproximadamente R$ 15 bilhões. Elaborados pelo Banco Mundial em parceria com governos estaduais e a Secretaria Nacional de Defesa Civil, os estudos – lançados na última semana, durante o evento Understanding Risk Brazil – mostram que o setor de habitação foi o mais afetado, com perdas de pelo menos R$ 7 bilhões.

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