A necessidade do homem de conhecer os fenômenos da atmosfera e suas
consequências na esfera social são muito antigas. A partir do momento em que se
associou as condições climáticas ao desenvolvimento de outras áreas, o homem
começou a produzir e analisar os componentes da natureza e suas combinações.
No início da humanidade os conhecimentos que
se tinham do clima eram muito escassos, tendo suas bases nas associações entre
os fenômenos atmosféricos e as condições e vontades dos deuses e demais
entidades.
Os primeiros a registrarem de forma mais concreta a atuação atmosférica
e a autoridade da natureza sobre o homem foram os gregos. Como Hipócrates que
publicou “Ares, águas e lugares”, além de relacionar as dominações e
influências climáticas em uma escala mais geral, fazendo comparações entre
aspectos físicos da natureza e o caráter dos habitantes de determinadas áreas
da Europa. Com as publicações do autor grego, ficou conhecido o termo
“Determinismo Climático” que acreditava que o homem sempre estaria inferior à
natureza.
Após a Revolução Tecnológica, o modo de se
compreender o mundo mudou e as hipóteses acerca do Determinismo Climático foram
derrubadas, sendo substituídas pela ideia de que a natureza é submissa às ações
do homem, segundo o conhecimento científico e tecnológico disponível.
A
climatologia surge enquanto ciência no fim do século XIX com a sistematização
da meteorologia, fazendo com que essas duas disciplinas caminhem lado a lado,
se diferenciando nas áreas de atuação. A climatologia adota o lado geográfico,
se importando com a espacialização dos fenômenos atmosféricos e as relações
entre a natureza e a sociedade.
No
fim do século XIX os estudos sobre o clima envolviam médias de atributos
térmicos e seus elementos eram vistos de forma separada, o que foi fortemente
criticado, uma vez que o clima é dinâmico e interativo.
Com
o avanço da Meteorologia surgiu também a Climatologia Dinâmica, baseada na
circulação atmosférica e nos sistema sinóticos, analisando o complexo
atmosférico em porções individualizadas. Dentro dessa área da climatologia,
destacou-se Sorre que definiu clima como “ambiente atmosférico constituído pela
série de estados atmosféricos sobre um lugar, em sua sucessão habitual”. Entretanto
foi Monteiro, grande geógrafo brasileiro percursor da climatologia no país, o
responsável por incorporar nas ideias sorreanas os conceitos de sucessão e
ritmo climático, propondo a análise rítmica.
Atualmente, com o avanço tecnológico e o
aumento da velocidade dos sistemas de comunicação, tem-se a circulação de
informações de dados meteorológicos e climáticos muito mais fácil, contribuindo
para a ascensão de pesquisas e popularização da climatologia.
Hoje
o clima é visto muito além de suas concepções antigas. O clima é um importante
patrimônio natural relacionado a processos econômicos e físicos, além de poder
intervir na qualidade de vida, quando bem utilizado, contribuindo para o
bem-estar social.
Leia também!!!
1) Da climatologia geográfica à
geografia do clima Gênese, paradigmas e aplicações do clima como fenômeno
Geográfico
2) Primeiras impressões dos cronistas e viajantes sobre
o tempo e o clima no Brasil colonial
3) Conversas ao Luar:
“Contando a História da Climatologia Brasileira”
4) ARAUJO, Adauto José Gonçalves de. A medicina no
Brasil Imperial: clima, parasitos e
patologia tropical. Cad.
Saúde Pública [online]. 2013,
vol.29, n.2, pp. 414-416. ISSN 0102-311X.
5) O reconhecimento
oficial da importância da climatologia em Portugal
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