sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um pouco de história...



A necessidade do homem de conhecer os fenômenos da atmosfera e suas consequências na esfera social são muito antigas. A partir do momento em que se associou as condições climáticas ao desenvolvimento de outras áreas, o homem começou a produzir e analisar os componentes da natureza e suas combinações.
 No início da humanidade os conhecimentos que se tinham do clima eram muito escassos, tendo suas bases nas associações entre os fenômenos atmosféricos e as condições e vontades dos deuses e demais entidades.
Os primeiros a registrarem de forma mais concreta a atuação atmosférica e a autoridade da natureza sobre o homem foram os gregos. Como Hipócrates que publicou “Ares, águas e lugares”, além de relacionar as dominações e influências climáticas em uma escala mais geral, fazendo comparações entre aspectos físicos da natureza e o caráter dos habitantes de determinadas áreas da Europa. Com as publicações do autor grego, ficou conhecido o termo “Determinismo Climático” que acreditava que o homem sempre estaria inferior à natureza.
 

Hipócrates, autor grego.

Após a Revolução Tecnológica, o modo de se compreender o mundo mudou e as hipóteses acerca do Determinismo Climático foram derrubadas, sendo substituídas pela ideia de que a natureza é submissa às ações do homem, segundo o conhecimento científico e tecnológico disponível.
 A climatologia surge enquanto ciência no fim do século XIX com a sistematização da meteorologia, fazendo com que essas duas disciplinas caminhem lado a lado, se diferenciando nas áreas de atuação. A climatologia adota o lado geográfico, se importando com a espacialização dos fenômenos atmosféricos e as relações entre a natureza e a sociedade.
 No fim do século XIX os estudos sobre o clima envolviam médias de atributos térmicos e seus elementos eram vistos de forma separada, o que foi fortemente criticado, uma vez que o clima é dinâmico e interativo.
Com o avanço da Meteorologia surgiu também a Climatologia Dinâmica, baseada na circulação atmosférica e nos sistema sinóticos, analisando o complexo atmosférico em porções individualizadas. Dentro dessa área da climatologia, destacou-se Sorre que definiu clima como “ambiente atmosférico constituído pela série de estados atmosféricos sobre um lugar, em sua sucessão habitual”. Entretanto foi Monteiro, grande geógrafo brasileiro percursor da climatologia no país, o responsável por incorporar nas ideias sorreanas os conceitos de sucessão e ritmo climático, propondo a análise rítmica. 

Monteiro, geógrafo brasileiro.

Atualmente, com o avanço tecnológico e o aumento da velocidade dos sistemas de comunicação, tem-se a circulação de informações de dados meteorológicos e climáticos muito mais fácil, contribuindo para a ascensão de pesquisas e popularização da climatologia.
Hoje o clima é visto muito além de suas concepções antigas. O clima é um importante patrimônio natural relacionado a processos econômicos e físicos, além de poder intervir na qualidade de vida, quando bem utilizado, contribuindo para o bem-estar social. 


Leia também!!!

1) Da climatologia geográfica à geografia do clima Gênese, paradigmas e aplicações do clima como fenômeno Geográfico

http://anpege.org.br/revista/ojs-2.2.2/index.php/anpege08/article/view/11/pdf4B

2) Primeiras impressões dos cronistas e viajantes sobre o tempo e o clima no Brasil colonial


3) Conversas ao Luar: “Contando a História da Climatologia Brasileira”

http://anpege.org.br/revista/ojs-2.2.2/index.php/anpege08/article/view/250/125

4) ARAUJO, Adauto José Gonçalves de. A medicina no Brasil Imperial: clima, parasitos e patologia tropical. Cad. Saúde Pública [online]. 2013, vol.29, n.2, pp. 414-416. ISSN 0102-311X.

http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n2/31.pdf

5) O reconhecimento oficial da importância da climatologia em Portugal



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