Um dos autores do relatório, o professor Francis Wagner recebeu o G1 na Escola Superior de Tecnologia da UEA (EST-UEA), sede do laboratório de modelagem atmosférica onde as pesquisas acerca das Ilhas de Calor são realizadas. De acordo com Wagner, o projeto nasceu a partir de uma demanda da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) para avaliar este fenômeno. No total, foram dois anos de duração. “A ilha de calor representa a diferença de temperatura entre a área rural e a urbana. A nossa meta é fornecer subsídios para a formação do plano-diretor de arborização e zoneamento ecológico de Manaus e medidas para controlar o calor da cidade”, apontou.
No estudo, os dois pesquisadores se dividiram e cada um trabalhou com uma das vertentes do projeto – enquanto Wagner cuidou da modelagem numérica, Rodrigo Souza trabalhou com a parte observacional. O que são essas duas abordagens? O especialista explica. “O professor Rodrigo utilizou informações de temperatura da superfície estimadas por meio de satélite ambiental, usando resolução de 1 km e 5 km. Esse método também contou com medidas de estações meteorológicas dentro e fora da área urbana”, destacou. “Já eu aproveitei um modelo numérico denominado Brams (sigla que significa Brazilian Regional Atmospheric Model System) que consegue simular o clima nas escalas local, regional e global. Para isso, colocamos no modelo alguns cenários de vegetação. Assim é possível concluir os impactos no clima”, acrescentou Wagner.
Segundo o pesquisador, o modelo numérico equivale a um conjunto de equações matemáticas que representam as leis físicas da atmosfera ou o clima de uma região. Por ter um pacote numérico pesado, a simulação só pode ser feita no laboratório de modelagem da UEA, por meio do Sistema de Processamento de Alto Desempenho da Universidade (também conhecido como Cluster). Atualmente, o espaço possui 120 processadores fazendo esse trabalho.
O que tem haver mudanças climáticas com o clima urbano? Já que o clima urbano é uma resposta da radiação solar ao interagir com os elementos geourbanos e geocológicos da zona urbanizada da cidade. Eles utilizaram o SCU (Sistema Clima Urbano) de Monteiro (1976) para explicar as derivações antropogênicas que levam a produção das ilhas de calor? O uso de modelagem representa de fato o que ocorre dentro da cidade? Eles usaram apenas o atributo vegetação, mas onde está o uso do solo ou da terra, a orientação de vertentes, a hipsometria, entre outros. Eles utilizaram imagens termais e não transformaram valores de superfície em valores de temperatura do ar, então eles superestimaram o campo térmico da cidade. Em que tipo de tempo eles realizaram o estudo? Quais foram os horários de aquisição dos dados? O trabalho é interessante, mas todo o modelo é uma abstração da realidade, logo ele é falho.
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Prof. Eduino