quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Catástrofe na Região Serrana do Rio de Janeiro

A Defesa Civil do Estado do Rio confirmou 31 mortes causadas pela chuva entre a noite de terça-feira e amanhã desta quarta-feira na região serrana do estado. Os municípios de Teresópolis e Nova Friburgo são os que enfrentam os maiores problemas. Teresópolis registra 21 óbitos, mas o resgate de feridos e corpos ainda está em curso. Em Nova Friburgo, pelo menos três bombeiros foram soterrados quando tentavam socorrer vítimas de um deslizamento de terra no bairro Olaria – todos morreram.

Segundo o Climatempo, a situação da região serrana do Rio de Janeiro continua bastante crítica nesta quarta-feira. A chuva persistiu sem trégua nas últimas 24 horas acumulando grandes volumes novamente. O solo já está completamente encharcado e, daqui para frente, os deslizamentos da encostas continuam a ocorrer mesmo que a chuva pare. Porém, a expectativa é de mais chuva. O tempo ficou ainda mais instável desde ontem, com a chegada de uma frente fria ao litoral do Estado do Rio de Janeiro. O ar continua extremamente úmido mantendo as nuvens de chuva. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia, entre 8 horas de ontem e 8 horas de hoje, a região de Nova Friburgo acumulou 201 milímetros de chuva, uma quantidade muito elevada para um período de 24 horas. Em Teresópolis choveu 91 milímetros. A imagem a segui demonstra a situação sinóptica no dia de hoje (12/1/2011 - 10:15 Z). As áreas mais azuladas são as áreas de maior probabilidade de chuva forte.

Nova Friburgo registrou mais de 30 deslizamentos de terra. Ao todo, há pelo menos 50 locais com ocorrências desse tipo nos municípios de Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Na primeira semana de janeiro, três meninas da mesma família morreram em decorrência de um deslizamento no distrito de Araras, em Petrópolis.

As fotos as eguir demonstram dois locias afetados em Nova Friburgo.

A queda de uma barreira interrompeu o tráfego na BR-116, que liga o Rio a Teresópolis. A cidade serrana também está com a pista interrompida nos quilômetros, 88, 75, 76, 77 e 78, na via que dá acesso a Além Paraíba. A queda de árvores também prejudica o tráfego na BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora, no sul de Minas Gerais. Cidades vizinhas também enfrentam problemas. Em Bom Jardim, a 25 quilômetros de Nova Friburgo, a força das águas de um rio derrubou parte de uma ponde que liga dois bairros e destruiu completamente uma ponte de pedestres.

Na esfera política, os nossos governantes, utilizam a propanda da boa ação, anunciando visitas as áreas afetas, como o nosso digníssimo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que agendou para quarta-feira (hoje - dia 12/1) uma visita as áreas afetadas pelas enxurradas. A visita é uma das medidas do governo federal acertadas ontem pelo ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para ajudar o Rio de Janeiro. Ele se reuniu em Brasília com o senador eleito Lindberg Farias (PT-RJ). A conversa foi acompanhada via conferência telefônica pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). O governador do estado também solicitou ao comandante da Marinha, almirante Júlio Moura Neto, aeronaves para o deslocamento de mais tropas e equipamentos do Corpo de Bombeiros. O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, coordena em campo as operações. Segundo ele, a situação é muito grave, e em alguns lugares o acesso só é possível por helicóptero.

Um comentário:

  1. O que anda me chamendo a atenção aqui na região de São José do Rio Preto é que as chuvas desde o ano passado estão vindo com muita intensidade do norte do país, diferentemente do que acontecia anteriormente. Será que as mudanças no ecossistema do Cerrado, que pouco se fala, hidreletricas, extensas plantaçoes de soja e agora cana... também não fazem parte deste fenomeno?

    ResponderExcluir