Muito se fala na questão
de consumo da água no mundo. Onde a partir desse assunto, têm-se várias
questões que são levantadas, tais como, a água do mundo está acabando? A água do
mundo dura 50 anos?
A partir desses questionamentos, vale
ressaltar que hoje, a questão da água no mundo, é uma questão de
pontos-de-vistas divergentes.
Para
começarmos a analisar o consumo de água no mundo, precisamos primeiramente
levantar, qual é a distribuição de água no planeta. A partir disso, temos a
água do mundo repartida da seguinte forma, segundo R.G. Wetzel, 1983:
Tabela 1: Distribuição da Água do
Planeta:
ÁGUA SALGADA
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LOCAL
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%
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VOLUME (KM³)
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Mares e Oceanos
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97,61
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1.370.000
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ÁGUA DOCE
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LOCAL
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%
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VOLUME (KM³)
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Calotas Polares e Geleiras
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2,08
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29.000
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Água Subterrânea
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0,29
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4.000
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Rios, Lagos e Atmosfera.
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0,02
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311,2
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Observação:
1 (um) KM³ = 1 trilhão de litros de água.
A
partir do exposto, nota-se que a maior parte da água no planeta Terra se
encontra nos Mares e Oceanos. Notabilizando assim, que esta, é uma água que não
pode ser consumida para fins e necessidades humanas.
Retirando
esses 97,61 %, da água salgada, resta para consumo humano cerca de
aproximadamente 2,4 % de água doce, sendo que, somente 0,02 % dessa água estão
prontas para consumo, pois estas estão localizadas em locais de fácil acesso e
exploração. Logo, os 2,2 % restante desta água, estão localizado nas Calotas
Polares, Geleiras e no Solo, sendo assim uma área de difícil acesso e
exploração.
Mesmo tendo
um pequeno valor de água potável, ou seja, pronta para consumo no planeta,
muito se acreditava que essa água limpa, era considerada um recurso infinito.
Isso se dava pela excelência e grandiosidade que se tinha sobre a natureza,
antigamente e que existe até os dias atuais, fazendo assim com que a população
acredita-se em processos de “revitalização” das paisagens e dos ambientes
naturais, como por exemplo, no inesgotamento dos mananciais, a reciclagem
natural da água, o reflorestamento natural de áreas degradadas, dentre outros.
Mais hoje,
vemos que a natureza, não pode sozinha, ficar incumbida de concertar todos os
problemas ambientais, provindos da crescente demanda de utilização dos recursos
naturais, principalmente da água.
Esses fatos
podem ser comprovados, devido ao inchaço populacional que o planeta teve a
partir da década de 50, do século passado, onde a população passou de 2.630
milhões, para 6.671 milhões de pessoas em 2008.
Além
disso, vale ressaltar que nesse período de 1950 a 2010 a população urbana
passou de 733 milhões para 3.505 milhões de pessoas. Criando assim grandiosas
cidades, em um curto espaço de tempo, o que consequentemente gerou enormes assentamentos
humanos, muita das vezes desordenados, sem saneamento básico, como
abastecimento de água potável, capitação de esgoto, de água pluvial, dentre
outros.
Esses assentamentos acima citados, devido ao
seu grande número de pessoas, se exigia um maior consumo de água, água esta
muita das vezes de má qualidade, pois estas eram provenientes de rios, lagos,
etc., poluídos pela contaminação química da água, vinda de produtos de limpeza,
de produtos industriais, esgotos, dentre outros.
Devido à demanda e a necessidade de consumo,
na maior parte das vezes a população acaba ingerindo essas águas poluídas. Poluição
esta de origem urbana, e não de origem agrícola, sendo essas pessoas
contaminadas, contraindo organismos patogênicos como as bactérias, ocasionando
infecções intestinais, cólera, leptospirose, dentre várias outras doenças
provinda da contaminação da água, o que acarreta em um inchaço na rede de
saúde.
Diante dessa utilização dos recursos,
muita das vezes propostas pelo grande capital, e também para utilização da
população como uma necessidade básica, trás consigo muitos problemas, alguns já
destacados acima e outro que está relacionado a este trabalho, o consumo da água no planeta.
O consumo de água doce no
planeta pode ser dividido em 3 (três) grandes esferas, são elas: Agricultura
(69%), Indústrias (23%) e Consumo Doméstico e Popular (8%).
A partir do
exposto, temos um maior consumo de água por parte dá agricultura. Mas segundo, alguns
levantamentos e pesquisas notou-se que, esse consumo mesmo sendo elevado, não
produz tanta poluição das águas e tantos malefícios à população, quanto o
consumo doméstico e industrial. Afirmar isso parece surpreendente e até mesmo
intrigante, mais na realidade é isso que acontece.
No consumo
agrícola, têm-se como principal utilização da água, a irrigação de determinadas
culturas, onde nesta se utiliza alguns produtos químicos, como pesticidas,
agrotóxicos, fertilizantes, etc., o que gera uma contaminação dessa água.
Apesar de esses produtos serem, diluídos e/ou dissolvidos na água e
consequentemente lançados sobre as plantações, somente uma pequena parcela dessa
água contaminada será devolvida para o rio, e a priori será consumida pela
população.
Isso se dá pelo fato da água ter vários
outros caminhos até sua deposição nos rios, acarretando assim na perda da
grande maioria dos produtos químicos nela dissolvidos.
A água na maioria das vezes quando esta é
utilizada em sistemas de irrigação, estando à temperatura e pressão ambiente,
parte dela evapora (aumentando a umidade na atmosfera – produzindo chuva),
outra parcela infiltra e é absorvida pelo solo e outra parcela é absorvida
pelas plantações, sobrando assim como destacado anteriormente, uma pequena
fração desta “água contaminada”, que conseguirá chegar até os rios.
Com isso se comprova que mesmo o consumo
doméstico e industrial somados apresentarem uma menor porcentagem do consumo de
água, aproximadamente 31% (trinta e um por cento), estes se torna mais propício
e logo mais prejudicial para a contaminação da pequena parcela de água doce
acessível do mundo, água esta que será com pela população.
Essa
contaminação se dá pelo fato das indústrias muita das vezes lançarem seus
dejetos químicos diretamente sobre os rios, juntamente com os esgotos provenientes
das casas, que em sua maioria são despejados sobre os rios sem nenhum
tratamento especifico.
Contaminando assim em uma parcela totalmente
desproporcional se comparada ao consumo de água utilizado na agricultura.
A partir do exposto acima, vale destacar o
grande desafio dos gestores brasileiros, que está ligado ao aumento e à
garantia da oferta de água. Estes gestores, por sua vez, buscam uma melhor
qualidade desse bem, o que se torna um transtorno, devido à poluição causada
pelo setor industrial e pela utilização doméstica da mesma.
Devido a esse fato alarmante, a poluição da água proveniente do setor
industrial e do uso doméstico, alguns setores brasileiros vêm tentando
solucionar esse problema, como por exemplo, o setor ambiental, que através de
aplicação de multas e controle dos dejetos, tem mostrado alguns resultados
satisfatórios, no controle da poluição da água, que diz respeito ao âmbito
industrial. Já para a poluição doméstica, a situação esta muito longe de ser
resolvida, uma vez que, somente 15% (quinze por cento) dos esgotos domésticos
são tratados antes de serem despejados nos rios brasileiros.
Por fim, a partir dos dados apresentados,
fica comprovado mais uma vez que, independentemente da utilização da água por
parte das Esferas Industrial e Doméstica, apresentar uma porcentagem menor,
cerca de 31% (trinta e um por cento), se comparada à utilização da água por
parte da Agricultura, cerca de 69 % (sessenta e nove por cento), esta é muito
mais prejudicial, tanto para a poluição da água, quanto para a contaminação da
população. Uma vez que a água,
utilizada pela Indústria e o Esgoto proveniente da utilização Doméstica, atinge
diretamente os rios, lagos, etc., contaminando-os de maneira direta sem muito
controle de seus dejetos.
Diferentemente
da utilização Industrial e Doméstica da água, na Agricultura a água, também é
poluída por produtos químicos. Só que esta, não é lançada diretamente nos
cursos fluviais, perpassando assim por vários caminhos até está atingir um rio,
um lago, etc., podemos citar como alguns caminhos da água, a evaporação, a infiltração
e também a absorção por parte das plantas.
Diante
do que foi levantado, um rio que perpassa por uma cidade, se torna muito mais poluído,
se comparado a um rio que perpassa de origem agrária.