quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Os Jogos no Ensino de Geografia

Os Jogos no Ensino de Geografia

Atividade desenvolvida pela Bolsista do PIBID
Mábia Bárbara Floresta Batista

O presente projeto tem como finalidade a utilização de jogos como forma alternativa para o ensino de geografia. Os jogos pedagógicos são ao mesmo tempo lúdicos e validos numa variedade de contextos de aprendizagem e oferecem um contato simulado com a realidade. Este instrumento possibilita um ambiente descontraído e vivo, pois motiva os estudantes a concentrarem seus esforços para atingir metas.  Os jogos podem ser adaptados para aplicação de conceitos trabalhados, como reforço e avaliação de uma forma não tradicional, neste os alunos são sujeitos ativos no processo de ensino/aprendizagem. Eles também tornam as aulas mais dinâmicas contribuindo para motivação dos alunos.

“Os jogos e as atividades têm por objetivo a interação do aluno, precisam ir além do processo de avaliação, devendo ser  utilizados como desenvolvimento intelectual do mesmo. Sendo assim,  por meio da utilização dos jogos no processo de ensino, a atividade pode torna-se mais interessante, atraindo o aluno e provocando o individuo.” (SOUZA E YOKOO, 2013)
       


        
Os jogos tendem tornar o ensino de geografia mais eficiente e dinâmico por proporcionar técnicas que permitem desenvolver as habilidades dos alunos, entretanto o jogo deve ser baseado em pesquisas e investigações, sendo o papel do professor essencial no planejamento e seleção dos conteúdos a serem trabalhados, pois as atividades lúdicas (jogos) devem ser aplicadas com uma funcionalidade, não apenas para distrair os alunos. Outro aspecto importante é respeitar o tempo de aprendizagem de cada estudante, ou seja, o tempo que cada um leva para assimilar o conteúdo.
            Segundo Verri e Endlich (2009), ”Especialmente quanto ao ensino de Geografia, têm sido constantes os registros acerca das grandes dificuldades em o que ensinar e como ensinar a Geografia. Em meio a problematização que se encontra, uma das primeiras a ser assinalada consiste em lembrar como essa dificuldade ocorre pelo fato da Geografia surgir de uma concepção descritiva agravada no cotidiano escolar pelo descompasso que existe entre o avanço da Geografia como campo científico e a atualizante lenta, insuficiente dos livros didáticos”.
            A partir de então devemos buscar formas alternativas para o ensino, não somente de geografia, mas de todas as disciplinas escolares, aprendizagens que irão além do que os livros didáticos, o quadro e o giz proporcionam, somente assim poderemos ultrapassar as barreiras da sala de aula e aprender de forma mais prazerosa e dinâmica.
Objetivo geral:         
Desenvolver uma metodologia baseada no “jogo da velha” para o conhecimento geral dos aspectos a respeito do surgimento da industrialização na Europa e a industrialização tardia dos países da América Latina. Proporcionando aos alunos, de forma dinâmica e lúdica, a revisão de tais conteúdos.

       Objetivos específicos:
·         Constatar as dificuldades enfrentadas pelos professores e estudantes no processo de ensino/aprendizagem sobre o processo de industrialização;
      
·         Possibilitar que os estudantes obtenham conhecimento do processo de industrialização Europeu e também na América Latina;
         
·         Desmistificar a culpa da não contribuição dos conteúdos para o efetivo desenvolvimento do conhecimento;

·         Comprovar o problema da utilização de metodologias inadequadas na perspectiva tradicional do ensino desta ciência;
         
·         Valorizar o conhecimento básico e especifico ocorridos no Brasil e no mundo;
        
·         Refletir sobre metodologias desenvolvidas por professores em sala de aula a respeito da temática proposta neste trabalho;
     
·         Contribuir para o desenvolvimento de uma nova perspectiva metodológica que possa ser usada no ensino de Geografia;
·         Desenvolver uma melhor coordenação motora, ativar o raciocínio lógico e melhorar as habilidades na tomada de decisões.

    Desenvolvimento
            A atividade baseou-se em desenvolver a relação ensino/aprendizagem através do “jogo da velha” uma “brincadeira” bem antiga, mas muita interessante para auxiliar no ensino de geografia. O exercício lúdico foi desenvolvido na Escola Estadual Dr. Mariano da Rocha, localizada na cidade de Teixeiras-Mg, nas turmas de 6º e 8º ano do ensino fundamental. A sala foi divida em 6 grupos de 5 alunos aproximadamente, depois de montarem os grupos foi explicado o funcionamento do jogo, que se deu da seguinte forma:
Objetivo: proporcionar aos alunos de forma dinâmica e lúdica a revisão dos conteúdos sobre a industrialização na Europa e na America Latina.
Material utilizado: nove cartolinas, tesoura cola, régua e papel cartão.
Passo a passo: Medir as dimensões da cartolina 35 cm X 38 cm.
Em seguida dividir a cartolina em 9 partes iguais, e enumera-las de 1 a 9, aderindo um número a cada parte.
Fazer um molde do X e do O, que simbolizará cada jogador.
Formular 09 perguntas referentes ao tema da revisão da aula: Industrialização.

Regra: Inicialmente formaram-se as equipes, a equipe do X e a equipe do O.
A equipe que iniciou o jogo (decisão feita através de par ou impar) escolheu o quadrado que desejava marcar o seu símbolo e então o controlador do jogo (professor) fez a pergunta correspondente ao número do quadrado, a equipe que acertou marcou o símbolo, já a equipe que errou passou sua vez à outra equipe, sem obter pontuação. A equipe que primeiro marcou a sequência de três símbolos ganhou o jogo.

Considerações finais
Os jogos são instrumentos valiosos para o ensino, pois podem ser utilizados como ponto de partida para a construção do conhecimento, possibilitando o desenvolvimento de conceitos e juízos. Os mesmos podem ser retirados do cotidiano, de experiências acumuladas e de situações pensadas e construídas pelo próprio aluno. Dessa forma, o emprego de jogos na sala de aula possibilitará a criação de um clima prazeroso de estudo, tanto para o estudante quanto para o professor. A sua utilização na Geografia deve ser muita bem vista, pois ajuda no aprendizado de conteúdos pertinentes com esses exercícios de conhecimento. Além de possibilitar que os alunos se posicionem de maneira crítica, responsável e construtiva, no posicionamento para resolução de seus problemas cotidianos.



Referências bibliográficas

VERRI. Juliana Bertolino; ENDLICH. Ângela Maria. A utilização de Jogos aplicados a Geografia. Revista Percurso – NEMO, Maringá, v.1, n.1, p.65-83, 2009.


SOUZA, I. F ;YOKOO, S. C. Jogo lúdico no ensino de geografia. Publicado em 2009. Disponível em < http://www.fecilcam.br/nupem/anais_viii_epct/PDF/TRABALHOS-COMPLETO/Anais-CET/GEOGRAFIA/IFSouzatrabalhocompleto.pdf >. Acesso em 14 de novembro de 2016.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

PROBLEMATIZANDO A INSCRIÇÃO SOCIOCULTURAL DO PENSAMENTO “POLITICAMENTE CORRETO” EM TEMPOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS



O presente trabalho resulta de uma incômoda constatação; quando o tema tratado em cursos de Formação de Professores de Geografia e em Eventos Acadêmicos é a mudança climática, observa-se que a comunidade acadêmica tem abdicado do raciocínio dialético em favor da perspectiva do “politicamente correto”, que considera a única forma admissível de abordagem. Assim, assimila e reproduz verdades convenientes que a mídia repete à exaustão. Mas por que o ponto de vista “politicamente correto” diante do tema “mudança climática” é tão mais aceito do que em outras temáticas? Neste artigo, procura-se investigar alguns aspectos que ajudam a compreender esse comportamento. 



Na primeira seção, reconhece-se o secular interesse das pessoas pelo tempo e pelo clima e faz-se uma apreciação de como os processos e a evolução do tempo e do clima são percebidos. Na segunda, apresenta-se o paradigma clássico do Determinismo Climático. A terceira seção ressalta o banimento racional desse paradigma da ciência. Destaca também a cada vez maior separação das ciências sociais das ciências da natureza e a conseqüente falta de diálogo entre as áreas. Neste contexto considera-se, em especial, a trajetória da climatologia. Na quarta seção, apresentam-se alguns fatos que levaram a uma nova aproximação das ciências sociais com as ciências da natureza. Avaliam-se, também, os fatores que podem favorecer uma ressurgência de determinismos climáticos e apresentam-se algumas novas roupagens com que estes podem se apresentar. Defende-se, em última instância, a permanência do diálogo que diferencie os conceitos envolvidos na discussão para compreender-se o movimento contraditório da realidade de um mundo em mudança climática.  

Para ler o artigo clique aqui.


terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um ano depois...Reflexões sobre uma Paisagem em transe...

No dia 14 de novembro de 2016, a turma de Geografia das águas - GEO 423 realizou um Trabalho de Campo, onde as cidades de Barra Longa e Rio Doce foram visitadas um ano depois do rompimento da barragem da Samarco, no município de Mariana. Além destas duas cidades, fomos ao encontro dos rios do Carmo e Piranga, ambos formadores do Rio Doce, no município de mesmo nome. E por último ao mirante, no município de Santa Cruz do Escalvado, a fim de visualizar a represa hidroelétrica Risoleta Neves, também conhecida como Candonga.












Um ano e oito dias depois, a turma de Geografia da UFV, faz a mesma pergunta. “É possível recuperar o Rio Doce e a vida dos que dele dependem?”.
No início de novembro, pesquisadores se reuniram na UFOP, no auditório do Instituto de Ciências Sociais aplicadas, campus Mariana, em evento promovido pelo Greenpeace para tentar responder esta questão.
Um ano depois do ocorrido, segundo a coordenadora da campanha de água do Greenpeace do Brasil, Fabiana Alves, de acordo com o conteúdo apresentado pelos especialistas durante o seminário, que se refere a resultados preliminares dos estudos, ainda não é possível falar em números. Segundo ela, a previsão é de que as pesquisas sejam concluídas entre dezembro e fevereiro. "O que é possível afirmar hoje, segundo esses estudos, é que há um certo nível de toxidade na água do Rio Doce. Matas ciliares inteiras foram perdidas e ainda hoje, um ano após o desastre, ainda há árvores morrendo", destacou.
Na revista Galilei, a afirmação de que o Rio está morto é estampada em matéria. Segundo a mesma, o rompimento das barragens em Mariana-MG é um desastre social – nove mortos e 18 desaparecidos.
Porém, uma outra face da tragédia vem se revelando: o desastre ambiental provocado pelo rompimento. Por enquanto o Rio Doce – o mais importante de Minas Gerais – é a principal vítima. Especialistas já declaram que ele está oficialmente morto. Uma análise laboratorial encomendada após o desastre encontrou na água do rio partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio. Segundo Luciano Magalhães, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guando, órgão responsável pela análise, “parece que jogaram a tabela periódica inteira” dentro do rio. Segundo ele, a água não tem mais utilidade nenhuma, sendo imprópria para irrigação e consumo animal e humano.
Já na reportagem da BBC, embora esteja considerado atualmente "morto", o rio Doce, que recebeu mais de 25 mil piscinas olímpicas de lama proveniente do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), "vai ressuscitar" em até cinco meses, no final da época de chuvas, em abril do próximo ano. A afirmação é de Paulo Rosman, professor de Engenharia Costeira da COPPE/UFRJ e autor de um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente para avaliar os impactos e a extensão da chegada da lama ao mar, ocorrida no último domingo e que afeta a costa do Espírito Santo.
Embora especialistas tenham divulgado previsões de danos catastróficos, que incluiriam danos à reserva marinha de Abrolhos, no sul da Bahia, e um espalhamento da lama por até 10 mil m², Rosman afirma que os efeitos no mar serão "desprezíveis", que o material se espalhará por no máximo 9 km e que em poucos dias a coloração barrenta deve se dissipar.
Essas duas posições que surgiram a época. Todavia, segundo levantamentos realizados em 2016 pelo IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), foi de que o rio está completamente infectado por partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio. Isso torna a água completamente sem utilidade.
André Ruschi, biólogo e ecólogo atuante na Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi, em Aracruz, no Espírito Santo, estimou o prazo de um século até que estes rejeitos possam começar a ser eliminados. “Já estamos acostumados a lidar com vários tipos de sonegação de informação, falsificação de resultados, etc. São empresas historicamente inadimplentes e sempre com problemas em cumprir as exigências dos órgãos ambientais nas suas licenças. O primeiro laudo já indicou a presença de mercúrio na água do Rio Doce”, disse ele em entrevista ao jornal O Tempo.
Além dos danos com os metais, a lama fez com a biodiversidade do rio fosse exterminada. Ambientalistas acreditam que algumas espécies que eram apenas encontradas neste rio foram extintas. “Essa lama vai poluindo tudo e deixando resíduos em toda a cadeia, todo o leito do rio. E como o PH já é muito alto no rio, em 10, e é extremamente cáustico, essa lama vai matar completamente qualquer coisa do rio, inclusive, espécies exóticas do Rio Doce que estão extintas a partir de hoje”, disse Ruschi.
Já no início de 2016, o grupo SOS Mata atlântica divulgou divulgou laudo técnico com resultados obtidos em Expedição pela bacia do rio Doce. Dos 18 pontos analisados em campo, 16 apresentaram o IQA (Índice de Qualidade da Água) péssimo, e 2, regular. Relatório aponta que a água está imprópria para o consumo em todo o trecho analisado.
A equipe da Fundação SOS Mata Atlântica realizou de 6 a 12 de dezembro de 2015 uma expedição pelos municípios afetados pelo rompimento da barragem na cidade de Mariana (MG), com o objetivo de coletar sedimentos para análises laboratoriais e monitorar a qualidade da água do rio Doce e afluentes impactados pela lama e rejeitos de minérios. Ao todo, foram analisados 18 pontos em campo, percorridos 29 municípios e coletados 29 amostras de lama e água para análise em laboratório. Desses 18 pontos, 16 apresentaram o IQA (Índice de Qualidade da Água) péssimo e 2 obtiveram índice regular.

Após uma análise sobre os discursos e as informações obtidas, pode-se dizer que o rio biologicamente hoje está seriamente afetado, podendo sim dizer que esteja morto. Porém, com o reinício das chuvas, poucos ainda acreditam que as chuvas irão diluir os rejeitos. Mas, esquecem-se de se pensar nos riscos que ainda existem nas barragens que ainda existem e que os noticiários dão conta da preocupação do Ministério Público dos riscos de mais rompimentos de barragens.  A pergunta ainda fica no ar, embora as experanças sejam  cada vez menores da revitalização do leito e da vida dos ecossistemas atingidos pelo mar de lama, que o Rio Doce foi submetido.

Veja dos relatórios disponibilizados.

http://giaia.eco.br/materialdesuporte/
















































Represa Hidroelétrica Risoleta Neves

Dessasoreamento da Represa Candonga

Rio Doce a jusante da Represa

Retirada de sedimento próximo a Hidroelétrica da Candonga

Hidroelétrica Risoleta Neves

Represa Risoleta Neves - Candonga















Bibliografia consultada

https://www.sosma.org.br/104435/laudo-revela-que-agua-rio-doce-permanece-impropria-para-consumo/



http://www.jornalciencia.com/e-oficial-perdemos-o-rio-doce-e-ele-esta-morto-e-agora/


http://www2.ana.gov.br/Paginas/Riodoce/default.aspx