terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um ano depois...Reflexões sobre uma Paisagem em transe...

No dia 14 de novembro de 2016, a turma de Geografia das águas - GEO 423 realizou um Trabalho de Campo, onde as cidades de Barra Longa e Rio Doce foram visitadas um ano depois do rompimento da barragem da Samarco, no município de Mariana. Além destas duas cidades, fomos ao encontro dos rios do Carmo e Piranga, ambos formadores do Rio Doce, no município de mesmo nome. E por último ao mirante, no município de Santa Cruz do Escalvado, a fim de visualizar a represa hidroelétrica Risoleta Neves, também conhecida como Candonga.












Um ano e oito dias depois, a turma de Geografia da UFV, faz a mesma pergunta. “É possível recuperar o Rio Doce e a vida dos que dele dependem?”.
No início de novembro, pesquisadores se reuniram na UFOP, no auditório do Instituto de Ciências Sociais aplicadas, campus Mariana, em evento promovido pelo Greenpeace para tentar responder esta questão.
Um ano depois do ocorrido, segundo a coordenadora da campanha de água do Greenpeace do Brasil, Fabiana Alves, de acordo com o conteúdo apresentado pelos especialistas durante o seminário, que se refere a resultados preliminares dos estudos, ainda não é possível falar em números. Segundo ela, a previsão é de que as pesquisas sejam concluídas entre dezembro e fevereiro. "O que é possível afirmar hoje, segundo esses estudos, é que há um certo nível de toxidade na água do Rio Doce. Matas ciliares inteiras foram perdidas e ainda hoje, um ano após o desastre, ainda há árvores morrendo", destacou.
Na revista Galilei, a afirmação de que o Rio está morto é estampada em matéria. Segundo a mesma, o rompimento das barragens em Mariana-MG é um desastre social – nove mortos e 18 desaparecidos.
Porém, uma outra face da tragédia vem se revelando: o desastre ambiental provocado pelo rompimento. Por enquanto o Rio Doce – o mais importante de Minas Gerais – é a principal vítima. Especialistas já declaram que ele está oficialmente morto. Uma análise laboratorial encomendada após o desastre encontrou na água do rio partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio. Segundo Luciano Magalhães, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guando, órgão responsável pela análise, “parece que jogaram a tabela periódica inteira” dentro do rio. Segundo ele, a água não tem mais utilidade nenhuma, sendo imprópria para irrigação e consumo animal e humano.
Já na reportagem da BBC, embora esteja considerado atualmente "morto", o rio Doce, que recebeu mais de 25 mil piscinas olímpicas de lama proveniente do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), "vai ressuscitar" em até cinco meses, no final da época de chuvas, em abril do próximo ano. A afirmação é de Paulo Rosman, professor de Engenharia Costeira da COPPE/UFRJ e autor de um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente para avaliar os impactos e a extensão da chegada da lama ao mar, ocorrida no último domingo e que afeta a costa do Espírito Santo.
Embora especialistas tenham divulgado previsões de danos catastróficos, que incluiriam danos à reserva marinha de Abrolhos, no sul da Bahia, e um espalhamento da lama por até 10 mil m², Rosman afirma que os efeitos no mar serão "desprezíveis", que o material se espalhará por no máximo 9 km e que em poucos dias a coloração barrenta deve se dissipar.
Essas duas posições que surgiram a época. Todavia, segundo levantamentos realizados em 2016 pelo IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), foi de que o rio está completamente infectado por partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio. Isso torna a água completamente sem utilidade.
André Ruschi, biólogo e ecólogo atuante na Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi, em Aracruz, no Espírito Santo, estimou o prazo de um século até que estes rejeitos possam começar a ser eliminados. “Já estamos acostumados a lidar com vários tipos de sonegação de informação, falsificação de resultados, etc. São empresas historicamente inadimplentes e sempre com problemas em cumprir as exigências dos órgãos ambientais nas suas licenças. O primeiro laudo já indicou a presença de mercúrio na água do Rio Doce”, disse ele em entrevista ao jornal O Tempo.
Além dos danos com os metais, a lama fez com a biodiversidade do rio fosse exterminada. Ambientalistas acreditam que algumas espécies que eram apenas encontradas neste rio foram extintas. “Essa lama vai poluindo tudo e deixando resíduos em toda a cadeia, todo o leito do rio. E como o PH já é muito alto no rio, em 10, e é extremamente cáustico, essa lama vai matar completamente qualquer coisa do rio, inclusive, espécies exóticas do Rio Doce que estão extintas a partir de hoje”, disse Ruschi.
Já no início de 2016, o grupo SOS Mata atlântica divulgou divulgou laudo técnico com resultados obtidos em Expedição pela bacia do rio Doce. Dos 18 pontos analisados em campo, 16 apresentaram o IQA (Índice de Qualidade da Água) péssimo, e 2, regular. Relatório aponta que a água está imprópria para o consumo em todo o trecho analisado.
A equipe da Fundação SOS Mata Atlântica realizou de 6 a 12 de dezembro de 2015 uma expedição pelos municípios afetados pelo rompimento da barragem na cidade de Mariana (MG), com o objetivo de coletar sedimentos para análises laboratoriais e monitorar a qualidade da água do rio Doce e afluentes impactados pela lama e rejeitos de minérios. Ao todo, foram analisados 18 pontos em campo, percorridos 29 municípios e coletados 29 amostras de lama e água para análise em laboratório. Desses 18 pontos, 16 apresentaram o IQA (Índice de Qualidade da Água) péssimo e 2 obtiveram índice regular.

Após uma análise sobre os discursos e as informações obtidas, pode-se dizer que o rio biologicamente hoje está seriamente afetado, podendo sim dizer que esteja morto. Porém, com o reinício das chuvas, poucos ainda acreditam que as chuvas irão diluir os rejeitos. Mas, esquecem-se de se pensar nos riscos que ainda existem nas barragens que ainda existem e que os noticiários dão conta da preocupação do Ministério Público dos riscos de mais rompimentos de barragens.  A pergunta ainda fica no ar, embora as experanças sejam  cada vez menores da revitalização do leito e da vida dos ecossistemas atingidos pelo mar de lama, que o Rio Doce foi submetido.

Veja dos relatórios disponibilizados.

http://giaia.eco.br/materialdesuporte/
















































Represa Hidroelétrica Risoleta Neves

Dessasoreamento da Represa Candonga

Rio Doce a jusante da Represa

Retirada de sedimento próximo a Hidroelétrica da Candonga

Hidroelétrica Risoleta Neves

Represa Risoleta Neves - Candonga















Bibliografia consultada

https://www.sosma.org.br/104435/laudo-revela-que-agua-rio-doce-permanece-impropria-para-consumo/



http://www.jornalciencia.com/e-oficial-perdemos-o-rio-doce-e-ele-esta-morto-e-agora/


http://www2.ana.gov.br/Paginas/Riodoce/default.aspx



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