Lucí Hidalgo Nunes
investiga o vínculo entre os processos recentes de urbanização e as catástrofes
ambientais na América do Sul – região cada vez mais caracterizada pela
concentração de pessoas em megalópoles. Em Urbanização e desastres naturais
a pesquisadora apresenta um grande levantamento dos desastres
hidrometeorológicos e climáticos, geofísicos e biológicos registrados nesta
parte do continente americano entre 1960 e 2009, considerando suas evoluções
temporais quanto ao número de ocorrências calamitosas, óbitos, afetados e
prejuízos econômicos.
Com a crescente
urbanização, as atividades de planejamento e prevenção requerem esforços
financeiros e intelectuais cada vez mais intensos. Por sua consistência de
pesquisa e interesse público na solução de problemas, este livro surge já como
marco para uma nova abordagem sobre o assunto, que no futuro pode evitar
imensos prejuízos e, acima de tudo, contribuir para que vidas humanas sejam
poupadas de tragédias evitáveis.
Experimentos em Climatologia
Geográfica retrata pesquisas realizadas no Brasil,
em Portugal, na França e no Chile, envolve a articulação de grupos de pesquisas
de diversas instituições de ensino superior, programas de pós- graduação e
institutos de pesquisa. O livro, com dezenove
capítulos, apresenta textos contendo técnicas de pesquisa em estudos climáticos
em diversas temáticas e escalas, prioriza e aponta os procedimentos e os
métodos utilizados. Discorre sobre o uso de equipamentos, e avaliação de
métodos estatísticos, de SIGs e de Geoprocessamento no âmbito da Climatologia
Geográfica.O objetivo da obra é
contribuir essencialmente na execução de trabalhos nos níveis de graduação e
pós-graduação, demonstrar as potencialidades de pesquisa exigentes, a
diversidade das temáticas e aquilo que está sendo pesquisado na Climatologia
Geográfica.
O livro apresenta artigos de docentes e pós-graduandos dos
laboratórios de climatologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP de
Presidente Prudente (Brasil) e da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
(Portugal). Ainda que o tema
central das contribuições seja o da climatologia urbana, o livro foi bem
organizado em 12 capítulos. Os seis primeiros apresentam contribuições teóricas
e metodológicas da climatologia geográfica.
Escrita para alunos e
professores dos cursos de graduação e de pós-graduação — em Geografia,
Arquitetura, Ecologia, Ciências Ambientais, Meteorologia, Engenharia Ambiental,
dentre outros —, a obra tem como principal objetivo ampliar, dentro da
disciplina Climatologia, a abordagem do clima, vinculando-o às
interações atmosfera-superfície e tratando-o como um “complexo vivo”. Apresenta
os princípios basilares da Escola Brasileira de Climatologia Geográfica
e vários conceitos que apoiam a tomada de decisão no tratamento das informações
meteorológicas (coleta, tabulação e organização de dados). Ensina a tratar
estatisticamente os dados meteorológicos, a abordá-los sob o ponto de vista
rítmico (dinâmico) e descreve algumas das inúmeras aplicações que a Climatologia
Geográfica oferece à melhor compreensão do clima.
O que faz a asa-delta voar? O que é o fenômeno El
Niño? Como são formados os desertos? Qual a diferença entre furacão e tornado?
Perguntas cotidianas, feitas por alunos e reunidas pela autora durante seus mais
de 15 anos de experiência no ensino de Climatologia, servem
como ponto de partida para explicar conceitos e fenômenos climáticos de forma
prática e original.
Ricamente ilustrada, a
obra utiliza exemplos práticos para explicar os principais conceitos da Climatologia
Geral, como movimentos de rotação e translação da Terra, radiação
solar, umidade, precipitação e circulação atmosférica. Ao final do livro, a
autora discute o aquecimento global e as polêmicas que o envolvem, levando o
leitor a refletir sobre esse importante tema.
Climatologia fácil
é uma referência prática e descomplicada para alunos de graduação em Geografia
e Meteorologia e professores de ensino fundamental e médio, assim como todos
aqueles
interessados em conhecer mais sobre os fenômenos
climáticos a partir de
exemplos do nosso dia a dia.
A esta altura de minha
vida, ultrapassados os oitenta anos, apelei para os co-autores do presente
trabalho, a fim de discutirmos a diretriz a ser tomada sobre a “divulgação” de
uma obra que tem demorado a atingir uma prática mais efetiva, já que se
desenvolve por mais de meio século. Espero que o presente
esforço de divulgação surta algum efeito em benefício dos estudantes de
Geografia e jovens geógrafos, e que, no exterior, ele possa merecer alguma
atenção como meio de constatar que, no hemisfério sul, na América Latina e,
mais especificamente, no Brasil – em esforço de desenvolvimento econômico e
cultural –, também podemos propor algo relativo à área.
Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário