sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

São Paulo em Estado de Alerta

As chuvas deram uma trégua, mas com a previsão de novos temporais para o fim de semana, as cidades do litoral sul paulista permanecem em estado de atenção. Em Mongaguá, o nível da água baixou um pouco e algumas pessoas que estavam desalojadas já retornaram para as suas casas. De acordo com a Defesa Civil local, 12 famílias, totalizando 60 pessoas, sendo 23 crianças e 8 adolescentes, continuam abrigadas no Ginásio de Esportes Agenor de Campos. A diretoria de Assistência Social afirma que está auxiliando às famílias instaladas no local, porém, informou que aceita doações de colchões, roupas e calçados e que os interessados em doar podem ligar para o telefone (13) 3507-1074. Em Peruíbe, onde as enchentes atingiram principalmente os bairros Jardim Romar e Caraguava, apenas uma família de cinco pessoas não conseguiu retornar para casa e continua alojada na Defesa Civil.

Em Guarullhos, a Secretaria do Meio Ambiente entrou com uma representação no Ministério Público Estadual (MPE) contra a Prefeitura de São Paulo por causa da construção de uma barragem para contenção de enchentes no Jardim Romano, na divisa entre os dois municípios. De acordo com informações da secretaria, as obras, apesar de minimizarem o impacto das cheias do rio Tietê na capital, elevariam em seis centímetros o nível das águas no Jardim Guaracy e na Vila Izildinha, que sofrem constantes alagamentos. Essa situação poderia ser evitada se tivesse havido uma conversa entre as cidades, afirmou o secretário de Meio Ambiente de Guarulhos, Alexandre Kise. O MPE deve definir na próxima semana um cronograma de trabalho emergencial para que a população da região não seja afetada. Do ponto de vista legal, de acordo com Kise, a construção da barragem foi irregular, pois não teria recebido licenciamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A Prefeitura de Guarulhos também não foi comunicada sobre as obras.

Já na porção oeste da grande São Paulo, pelo menos 11 casas foram inundadas no bairro Cidade Ariston III, em Carapicuíba, após o transbordamento de um córrego que passa no final da Rua Vicentina Coutinho Pereira. O nível da água em algumas das casas chegou a 1,7 metro. Os moradores perderam móveis, eletrodomésticos, além de parte das casas ruírem. O transbordamento ocorreu durante as chuvas de ontem, no final da tarde. O córrego passa por obras de canalização desde 2008. No entanto, segundo relato dos moradores, as obras estão paradas há mais de um ano.

Já na Baixada Santista, as chuvas voltaram a castigar a região da Baixada Santista e do litoral sul de São Paulo na tarde de hoje (dia 17/12), deixando quase 100 pessoas desabrigadas em Mongaguá, depois que tiveram suas casas invadidas pelas águas. Da tarde de segunda-feira até hoje foram registrados 160 milímetros da chuva, volume considerado muito alto para pouco mais de três dias.

O bairro Vera Cruz foi o mais atingido, o que levou a Defesa Civil do Município a encaminhar pelo menos 13 famílias para o ginásio de esportes da cidade. Outras preferiram recorrer à casa de familiares para passar a noite, sem condições de retornar às suas residências. A Defesa Civil apela à população para que sejam doadas roupas e colchões aos desabrigados.

De acordo com os meteorologistas, as chuvas vão permanecer na região até o final de semana, razão pela qual a Defesa Civil dos municípios da região metropolitana da Baixada Santista devem permanecer em alerta. Em Santos, já foi declarado estado de atenção nos 17 morros que apresentaram deslizamentos. Um prédio de três andares, localizado no Morro do Bufo, foi interditado pela Defesa Civil na noite de ontem em razão dos riscos de desabamento. Outros morros, como o do Jabaquara e o Santa Maria, também apresentaram riscos.

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