sábado, 5 de janeiro de 2013

Águas de Janeiro - Parte 2

Clipping!
Os municípios de Teresópolis e Petrópolis, na região serrana do Rio, continuam em estado de alerta devido à chuva que atinge todo o estado. Em entrevista à Rádio Nacional, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, informou no dia 4/1/2013 que cerca de 30 pessoas ainda estão desalojadas em casas de parentes e que o serviço de engenharia da prefeitura está fazendo o laudo técnico para saber se houve perda total ou parcial dos imóveis dos moradores. "Acabamos de assumir a prefeitura, e ainda estamos dando um diagnóstico muito superficial da situação”, disse. “Este período é muito crítico, por isso é muito importante contar com a colaboração de todos. Nós estamos trabalhando de maneira muito entrosada com a Defesa Civil. Com a diminuição da chuva e a queda de temperatura, tenho a esperança de que nós conseguiremos melhorar a limpeza da cidade, que estava cheia de lixo, uma situação bem similar à de Caxias [município da Baixada Fluminense".
Em Teresópolis, mesmo com a diminuição da chuva, o risco de deslizamentos na cidade também preocupa as autoridades. De acordo com o último boletim da Defesa Civil, divulgado hoje (4), 50 pessoas estão desalojadas. Não houve registros de ocorrências na noite de ontem (3) nem na madrugada desta sexta-feira. Treze moradores da Ilha do Caxangá, no bairro do Caxangá, foram encaminhados para um ponto de apoio da prefeitura, após a queda de uma árvore. Além do bairro Caxangá, sete áreas permanecem em estado de atenção: Santa Cecília, Vale da Revolta, Fonte Santa e Quinta Lebrão, assim como as comunidades do Rosário, Pimentel e Perpétuo, no bairro de São Pedro, onde os agentes fazem vistorias para confirmar o número de desabrigados.

Segundo a Defesa Civil de Teresópolis, nas últimas 24 horas houve um acumulado de 70 milímetros de chuva, volume máximo registrado este ano no bairro da Tijuca, onde fica a sede do órgão. A chuva também obrigou as autoridades a interditar a BR-116 no trecho da serra na madrugada desta sexta-feira. O bloqueio vai do km 89 até o km 104, entre Guapimirim e Teresópolis. Segundo a Concessionária Rio-Teresópolis, que administra a via que liga o Rio a Teresópolis, a medida foi tomada por precaução por causa do alto risco de deslizamentos. O trecho, que deveria ser liberado às 19h45, só deve ser aberto ao tráfego às 22h, segundo a empresa.


Clipping!
Alana Gandra

Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O mercado de seguros privados nacional colocou-se à disposição do governo federal para ajudar a montar um seguro anticatástrofe no país. A informação é do presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), Jorge Hilário Gouvêa Vieira.
“Não é possível o governo arcar sozinho com a responsabilidade de indenizar flagelados da seca ou gente que teve suas propriedades destruídas pelas enchentes e deslizamentos que tivemos nos últimos tempos”, disse. Segundo Gouvêa Vieira, o mercado está à disposição do governo “para mitigar esse custo do Tesouro [Nacional], para ajudar na prevenção do risco e também na cobertura”. Para ele, dessa forma, também o povo brasileiro terá um custo menor. Dados da CNseg mostram que cerca de mil pessoas morreram em consequência de deslizamentos e enchentes no país no ano passado. As perdas materiais totalizaram R$ 1,6 bilhão e as perdas seguradas, cerca de R$ 90 milhões. A enchente da região serrana fluminense foi a terceira maior catástrofe natural, em número de mortes, registrada em 2011 no mundo, perdendo apenas para o terremoto seguido de tsunami no Japão, em março, com mais de 20 mil mortos, e para as tempestades tropicais nas Filipinas, no final do ano. De acordo com estudo recente do Lloyd's de Londres, o Brasil enfrenta um déficit de seguro anualizado de US$ 12,68 bilhões. Isso representa riscos para o país, “incluindo um ônus desnecessário cobrado do Estado e um custo mais alto de recuperação após desastres", mostra o estudo. Para a CNseg , isso significa que em países com um baixo nível de seguros, o Estado arca com uma proporção excessiva do custo das catástrofes naturais. Segundo a entidade, um aumento de 1% no alcance dos seguros em um país pode reduzir a responsabilidade do Estado em até 22%.

Clipping - Petrópolis.

A Coordenadoria de Defesa Civil de Petrópolis registrou 44 ocorrências devido às fortes chuvas que atingem a cidade desde a madrugada desta quinta-feira (3/1). No bairro Siméria, duas casas foram destruídas por deslizamentos de terra, três foram parcialmente danificadas e outras três interditadas, deixando oito famílias desalojadas. O prefeito Rubens Bomtempo, que na última quarta-feira decretou estado de calamidade pública na saúde, chegou às 4h30 na Defesa Civil para comandar pessoalmente as operações. Ele anunciou que a prioridade é restabelecer os acesso as das regiões mais atingidas e já solicitou dez caminhões da Comdep e equipes de limpeza para a retirada do lixo, entulho e das barreiras.

O maior índice pluviométrico foi de 165 milímetros, em 24 horas de chuva, registrado na região do Siméria e Alto Independência. A Rua Coronel Veiga, o Centro e o Bingen tiveram pontos de alagamento. Por conta de deslizamentos de terra, as ruas Vital Brasil e Manoel Francisco de Paula, no Siméria, foram interditadas, mas liberadas após serem limpas.




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