sábado, 5 de janeiro de 2013

Águas de Janeiro - Parte 3


Chuvas e dinâmica atmosférica no Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Climatempo.

As imagens de satélite do fim da tarde desta terça-feira mostraram claramente o enfraquecimento das áreas de instabilidade sobre o Rio de Janeiro. Na imagem de 8h59, a cor azul clara indicava nuvens com potencial para muita chuva. Na imagem das 18h28, mais de 10 horas depois, a área de chuva volumosa não aparecia mais. As nuvens mais carregadas (azul médio) estavam se afastando da região de Nova Friburgo. A maior parte do Grande Rio estava debaixo de nuvens com potencial para chuva fraca a moderada. A previsão para esta sexta-feira (6/1/2013) é de que o centro-sul do Estado do Rio permaneça nublado e tenha mais chuva. Mas a chuva não deve ser contínua e generalizada  como hoje e nem tão volumosa. Para o fim de semana, a previsão é de períodos com sol e maior aquecimento do ar, o que vai gerar pancada de chuva especialmente à tarde e à noite, mas em áreas isoladas.

Chuva supera 100 mm em várias áreas da cidade do Rio de Janeiro
Por volta das 18 horas, a chuva começou a enfraquecer no Rio. No período de 24 horas, o Sistema Alerta Rio registrou mais de 100 mm de chuva em várias regiões da cidade.  Entre 18h50 de 2 de janeiro de 2013 e 18h50 de 3 de janeiro, choveu 167 mm em Mendanha e aproximadamente 156 mm em Campo Grande, 128 mm em Bagu e 127 mm em Santa Cruz. As regiões do Alto da Boa Vista e Jacarepaguá/Tanque acumularam cerca de 111 mm neste período. Os volumes de chuva acumulados em 24 h foram muito elevados. Tecnicamente, volumes de chuva de 100 mm, em 24 horas, já são excepcionais e não ocorrem com freqüência. Esta quantidade de chuva pode ocorrer em qualquer local e tem normalmente causa grandes alagamentos e transbordamento.


Última Atualização: 18:50 – 03/01/2013 – Horário Brasileiro de Verão
Estação
Hora Leitura
15 min
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4 h
24 h
96 h
No Mês
0,2
0,6
57,4
167,0
181,4
167,0
0,0
0,2
13,4
156,4
162,4
156,4
0,2
1,0
22,8
127,8
134,4
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0,0
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149,4
127,4
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111,4
0,2
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98,0
0,2
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91,0
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0,4
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90,8
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87,2
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87,2
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0,2
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85,4
2,0
2,6
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84,6
80,8
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27,6
79,6
79,6
79,6
0,4
0,4
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79,2
0,4
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74,0
76,4
74,0
0,2
0,8
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0,4
1,4
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61,4
61,8
61,4
0,2
0,4
5,6
59,0
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0,2
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0,0
2,0
44,2
48,6
44,2
0,2
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34,6
34,6
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30,4
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0,0
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2,6
23,2
24,0
23,2
0,0
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5,0
22,4
23,2
22,4
0,4
1,2
6,4
19,2
22,6
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0,0
0,2
5,4
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17,2
17,0
0,0
0,6
4,4
16,6
17,4
16,6

Situação da chuva no Estado do RJ
A chegada de uma frente fria ontem ao Rio de Janeiro favoreceu a formação de nuvens muito carregadas que provocaram temporais em áreas do centro-sul do Estado. Os volumes que já foram acumulados na Serra e na Baixada Fluminense são extremamente altos e estas áreas seguem em alerta nesta quinta-feira (3/1/13) para o risco de enchentes e deslizamentos de terra, pois há condições para mais chuva.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia, entre às 15 horas de do dia 2/1/13 (quarta-feira) e às 6 horas desta quinta-feira (3/1/13), foram acumulados 169 mm em Xerém. Em Teresópolis foram acumulados 130 mm entre às 18 horas de 2/1/2013 e às 6 horas do doa 3/1/2013. A imagem abaixo, do radar meteorológico, mostra que por volta das 6h30 da manhã muitas áreas de chuva ainda eram observadas no Estado do Rio de Janeiro e haviam alguns núcleos de chuva forte no Grande Rio.
  





Clipping!

Os municípios de Teresópolis e Petrópolis, na região serrana do Rio, continuam em estado de alerta devido à chuva que atinge todo o estado. Em entrevista à Rádio Nacional, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, informou no dia 4/1/2013 que cerca de 30 pessoas ainda estão desalojadas em casas de parentes e que o serviço de engenharia da prefeitura está fazendo o laudo técnico para saber se houve perda total ou parcial dos imóveis dos moradores. "Acabamos de assumir a prefeitura, e ainda estamos dando um diagnóstico muito superficial da situação”, disse. “Este período é muito crítico, por isso é muito importante contar com a colaboração de todos. Nós estamos trabalhando de maneira muito entrosada com a Defesa Civil. Com a diminuição da chuva e a queda de temperatura, tenho a esperança de que nós conseguiremos melhorar a limpeza da cidade, que estava cheia de lixo, uma situação bem similar à de Caxias [município da Baixada Fluminense".

Em Teresópolis, mesmo com a diminuição da chuva, o risco de deslizamentos na cidade também preocupa as autoridades. De acordo com o último boletim da Defesa Civil, divulgado hoje (4), 50 pessoas estão desalojadas. Não houve registros de ocorrências na noite de ontem (3) nem na madrugada desta sexta-feira. Treze moradores da Ilha do Caxangá, no bairro do Caxangá, foram encaminhados para um ponto de apoio da prefeitura, após a queda de uma árvore. Além do bairro Caxangá, sete áreas permanecem em estado de atenção: Santa Cecília, Vale da Revolta, Fonte Santa e Quinta Lebrão, assim como as comunidades do Rosário, Pimentel e Perpétuo, no bairro de São Pedro, onde os agentes fazem vistorias para confirmar o número de desabrigados.

Segundo a Defesa Civil de Teresópolis, nas últimas 24 horas houve um acumulado de 70 milímetros de chuva, volume máximo registrado este ano no bairro da Tijuca, onde fica a sede do órgão. A chuva também obrigou as autoridades a interditar a BR-116 no trecho da serra na madrugada desta sexta-feira. O bloqueio vai do km 89 até o km 104, entre Guapimirim e Teresópolis. Segundo a Concessionária Rio-Teresópolis, que administra a via que liga o Rio a Teresópolis, a medida foi tomada por precaução por causa do alto risco de deslizamentos. O trecho, que deveria ser liberado às 19h45, só deve ser aberto ao tráfego às 22h, segundo a empresa.


Clipping!

Alana Gandra

Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O mercado de seguros privados nacional colocou-se à disposição do governo federal para ajudar a montar um seguro anticatástrofe no país. A informação é do presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), Jorge Hilário Gouvêa Vieira.
“Não é possível o governo arcar sozinho com a responsabilidade de indenizar flagelados da seca ou gente que teve suas propriedades destruídas pelas enchentes e deslizamentos que tivemos nos últimos tempos”, disse. Segundo Gouvêa Vieira, o mercado está à disposição do governo “para mitigar esse custo do Tesouro [Nacional], para ajudar na prevenção do risco e também na cobertura”. Para ele, dessa forma, também o povo brasileiro terá um custo menor. Dados da CNseg mostram que cerca de mil pessoas morreram em consequência de deslizamentos e enchentes no país no ano passado. As perdas materiais totalizaram R$ 1,6 bilhão e as perdas seguradas, cerca de R$ 90 milhões. A enchente da região serrana fluminense foi a terceira maior catástrofe natural, em número de mortes, registrada em 2011 no mundo, perdendo apenas para o terremoto seguido de tsunami no Japão, em março, com mais de 20 mil mortos, e para as tempestades tropicais nas Filipinas, no final do ano. De acordo com estudo recente do Lloyd's de Londres, o Brasil enfrenta um déficit de seguro anualizado de US$ 12,68 bilhões. Isso representa riscos para o país, “incluindo um ônus desnecessário cobrado do Estado e um custo mais alto de recuperação após desastres", mostra o estudo. Para a CNseg , isso significa que em países com um baixo nível de seguros, o Estado arca com uma proporção excessiva do custo das catástrofes naturais. Segundo a entidade, um aumento de 1% no alcance dos seguros em um país pode reduzir a responsabilidade do Estado em até 22%.

Clipping - Petrópolis.

A Coordenadoria de Defesa Civil de Petrópolis registrou 44 ocorrências devido às fortes chuvas que atingem a cidade desde a madrugada desta quinta-feira (3/1). No bairro Siméria, duas casas foram destruídas por deslizamentos de terra, três foram parcialmente danificadas e outras três interditadas, deixando oito famílias desalojadas. O prefeito Rubens Bomtempo, que na última quarta-feira decretou estado de calamidade pública na saúde, chegou às 4h30 na Defesa Civil para comandar pessoalmente as operações. Ele anunciou que a prioridade é restabelecer os acesso as das regiões mais atingidas e já solicitou dez caminhões da Comdep e equipes de limpeza para a retirada do lixo, entulho e das barreiras.

O maior índice pluviométrico foi de 165 milímetros, em 24 horas de chuva, registrado na região do Siméria e Alto Independência. A Rua Coronel Veiga, o Centro e o Bingen tiveram pontos de alagamento. Por conta de deslizamentos de terra, as ruas Vital Brasil e Manoel Francisco de Paula, no Siméria, foram interditadas, mas liberadas após serem limpas.

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