O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, que fez do aquecimento global sua  missão pessoal, está encerrando seu envolvimento nas negociações  internacionais para as mudanças climáticas. Em uma transição estratégica, o secretário vai redirecionar seu  discurso atual, focado na negociação de metas internacionais para o  clima, para uma agenda mais abrangente, que promova energia limpa e  desenvolvimento sustentável, segundo oficiais das Nações Unidas. A mudança se deve à percepção de que, após o intenso involvimento de  Ban Ki-Moon na fracassada COP-15 do clima em Copenhague, em 2009, os  líderes mundiais ainda não estão preparados para entrar em acordo sobre o  aquecimento global. “É bem evidente que não haverá um grande acordo a curto prazo”, disse  Robert Orr, secretário-assistente das Nações Unidas para o planejamento  estratégico e um conselheiro chave de Ban Ki-Moon. Os oficiais da ONU  afirmam também que ele não se envolverá a fundo nas negociações da  próxima Convenção sobre Mudanças Climáticas da entidade, que acontece em  dezembro de 2011, em Durban, na África do Sul. “Ele vai continuar a encorajar os líderes a focar em metas  ambiciosas, mas não terá mais o compromisso com negociações do  dia-a-dia”, afirmou outro funcionário da ONU. Ban vai focar em questões  mais gerais acerca da sustentabilidade, que serão discutidas  principalmente na Rio +20, conferência sobre ecodesenvolvimento que será  sediada no Rio de Janeiro em 2012, 20 anos depois da Eco92, também no  Rio. Os principais negociadores climáticos globais, que acompanham o  andamento das discussões, insistem que Ban Ki-moon não está deixando o  compromisso de encontrar uma solução para o efeito estufa de lado. A  conclusão do secretário-geral da ONU parece influenciá-los também: o  foco em tecnologias para a energia limpa e eficiência energética tem  sido adotado entre os países, e acredita-se que ele pode fazer mais pela  redução de emissões a curto prazo. “A ideia de que o mundo vai entrar em um acordo e determinar metas de  emissão entre todos os países é provavelmente utópica nesse ponto”,  disse Reid Detchon, vice presidente de clima e energia da United Nations  Foundation, instituição de pesquisa de Washington. A equipe de Ban Ki-moon para o clima, que tinha doze pessoas,  diminuiu para cinco. Já a equipe de assessores para o desenvolvimento  sustentável vai passar a ter doze pessoas até a Rio +20.“O que se movimenta mais rápido são os investimentos em energias  renováveis, que podem promover mudanças mais rapidamente”, disse Tariq  Banuri, diretor da divisão de desenvolvimento sustentável do  departamento da ONU de relações sócio-econômicas. A mudança de postura do secretário-geral também espelha o pensamento  de Washington, onde os ambientalistas estão tentando conseguir progresso  nas votações sobre mudanças climáticas no Congresso ou ajuda  regulatória da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês).
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,secretario-geral-da-onu-muda-de-postura-climatica,671940,0.htm
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,secretario-geral-da-onu-muda-de-postura-climatica,671940,0.htm
 
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